terça-feira, 30 de abril de 2013

Axé é Bom-bom, Axé é Bom-bom-bom...

Gente, na boa, eu cansei dessa história de que Axé é a escória da produção baiana. Cansei dessa cobrança de que não tem letra, de que não ensina, de que é pobre, tosco e sei lá mais o que.

Axé é bom porque tem consciência do lugar em que está, porque não quer ser o que não é.
Porque é extremamente eficaz naquilo a que se propõe.
Se a indústria arruinou o carnaval, não foi culpa do axé.
Aconteceu o mesmo com o futebol, com o cinema, com a literatura, com a internet, tudo entrou para o universo da industrialização, do mercado. Eu acho isso bom? Não, não acho. Mas também não acho isso um problema isolado e irresolvível.
Acho isso uma característica do nosso tempo e que se há culpados não são só os inimigos do povo que têm um plano infalível para dominar todo mundo. Se há culpados, os são também os que ficam sentadinhos na sua casinha, ouvindo suas musiquinhas clássicas ou bossa-novísiticas, falando mal de tudo o que tá acontecendo ao seu redor, num puta saudosismo que só atrapalha.

Que saco!!!

Axé é Bom e ponto!

Deus!!!

As coisas mudaram e eu acho que o Axé é uma expressão maravilhosa da nossa capacidade de ser feliz sendo besta... É isso mesmo!

A gente não quer ser inteligente, a gente não precisa fazer este esforço para ser feliz.
Claro que eu sei que temos muitos problemas sociais, gente. Sou mãe, atriz, professora e tenho meus momentos de raiva, saudade e vontade de fugir.

Mas o  que eu consigo concluir, no mais das vezes, é que eu ainda preciso decifrar este tempo em que vivemos. Eu olho para ele e digo: "Assim, tão de perto, não consigo te enxergar, não consigo te decifrar, não consigo te devorar. Assim, devora-me você!!! Que meus netos tenham distância para falar de nós!"

Queremos historicizar o presente, como se ele fosse passado.
O presente se vive!!! E isso é Axé! 
O Axé faz sua obrigação no carnaval e no resto do ano. Ele não tem obrigação pedagógica, e talvez por isso mesmo o seja.

É um ritmo, gente, que não se faz em nenhum outro lugar do mundo.
É uma dança que nos traduz e que nos une.
Por que a gente precisa de outros parâmetros para comparar o que fazemos com o que os outros fazem? Me diz que outro estado tem uma música tão forte? Sua, exclusivamente sua.
Obviamente que o Axé e o Pagode são repletos de inspirações e influências de outras raízes, mas não tem Axé de Pernambuco, ou do Ceará.
É mais ou menos como o Brega do Pará, que ainda assim tem um pé no Amazonas. O sertanejo é espalhado na região central do país, mas o Axé é Baiano. Só baiano.

Tem coisa ruim no pagode, no axé? Tem. Assim como tem coisa ruim no teatro, no cinema, na literatura, insisto. Em todas as linguagens é preciso que se faça muito, para que se faça melhor, sempre melhor, eu acredito nisso.

Como as melhores produções vão surgir se não insistirmos incansavelmente em produzir? Isso o axé faz. Muita, muita, muita coisa. Quem sabe se fizéssemos mais teatro, assim, a rodo, não teríamos maiores produções???

Tem uma cosia mágica no Axé e no espetáculo de carnaval. Eu tenho minhas críticas sócio-políticas à dona Ivete Sângalo (cansada), mas o trio da bicha  passa e eu fico de pescoço duro. Aquilo é um encanto.
Existe um encanto no carnaval que é inegável. A gente passa no busu lotado na Av. Ocêanica, morrendo de calor, mas fica todo mundo babando os camarotes. Tá, um bocado de pobre que nunca vai estar ali, mas tem uma força estética inquestionável.

E sabe do que mais? Os empresário são espertíssimos e entendem a gradiosidade do Axé e por isso estão lucrando bilhões. Eles adoram que a gente fique reclamando, reclamando, sem fazer nada para atrapalhar. Porque ao invés de brigar com o mercado, com a indústria, com o poder público sobre os desmandos do carnaval, o que a gente faz? A gente perde tempo detonando os artistas do axé. Coisa mais feia e sem sentido. Coisa improdutiva.

Aí a gente faz o quê? A gente espera um afastamento de aproximadamente 5 a 10 anos para dizer que aquilo é bom. Foi assim com Luiz Caldas, foi assim com Gerasamba, agora Psirico... Engraçado é que a gente erra, erra e não aprende. É impressionante.

Eu já disse e vou repetir: Eu não quero ser européia. Se não temos peças de teatro ou dança para apresentarmos na Alemanha ou em Paris, eles também não têm trio elétrico para apresentarem aqui. E aí? Eles não sabem fazer carnaval como a gente. Por que a gente não pode se orgulhar e investir no que a gente sabe fazer de melhor? Por que dançar com o quadril, enlouquecidamente, todo mundo junto no meio da rua é menor do que dançar num palco para 200 pessoas?

Esse menosprezo pelas nossas coisas me incomoda demais. Vocês podem pensar: o que esperar de uma pessoa que estuda futebol e - pior - tenta comparar ao teatro????

Mas eu acho que estamos perdendo o bonde da história, virando as costas para o Axé e o Pagode. Acho que estamos focando errado e atirando em nós mesmos. Acho que jamais seremos livres culturalmente enquanto continuarmos procurando jaulas para nos apriosionarmos por opção própria.

Viva a Liberdade da Rua. Viva o Carnaval. Viva o Axé. Viva o Pagode!

Queria ser cantora para subir num trio com uma roupinha ordinária, cantar para uma multidão de bêbados e loucos por uma trepada. Eu queria muito ser estrela de trio elétrico. 

É possível alguém realmente não sentir vontade avassaladora de ser feliz quando ouve uma música de carnaval?

Nós sabemos ser felizes!!! Isso me encanta!!!






terça-feira, 12 de março de 2013

Samba e História do Samba História do Samba, samba na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, principais tipos de samba, sambistas, grupos de samba, carnaval



Origens do Samba, Significado, História do Samba e Principais Sambistas
O samba surgiu da mistura de estilos musicais de origem africana e brasileira. O samba é tocado com instrumentos de percussão (tambores, surdos timbau) e acompanhados por violão e cavaquinho. Geralmente, as letras de sambas contam a vida e o cotidiano de quem mora nas cidades, com destaque para as populações pobres. O termo samba é de origem africana e tem seu significado ligado às danças típicas tribais do continente.
As raízes do samba foram fincadas em solo brasileiro na época do Brasil Colonial, com a chegada da mão-de-obra escrava em nosso país.
O primeiro samba gravado no Brasil foi  Pelo Telefone, no ano de 1917, cantado por Bahiano. A letra deste samba foi escrita por Mauro de Almeida  e Donga .
Tempos depois, o samba toma as ruas e espalha-se pelos carnavais do Brasil. Neste período, os principais sambistas são: Sinhô Ismael Silva  e Heitor dos Prazeres .
Na década de 1930, as estações de rádio, em plena difusão pelo Brasil, passam a tocar os sambas para os lares. Os grandes sambistas e compositores desta época são: Noel Rosa autor de Conversa de Botequim; Cartola de As Rosas Não Falam; Dorival Caymmi de O Que É Que a Baiana Tem?; Ary Barroso, de Aquarela do Brasil; e Adoniran Barbosa, de Trem das Onze.
Na década de 1970 e 1980, começa a surgir uma nova geração de sambistas. Podemos destacar: Paulinho da Viola, Jorge Aragão, João Nogueira, Beth Carvalho, Elza Soares, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Chico Buarque, João Bosco e Aldir Blanc.
Outros importantes sambistas de todos os tempos: Pixinguinha, Ataulfo Alves, Carmen Miranda (sucesso no Brasil e nos EUA), Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho, Lupicínio Rodrigues, Aracy de Almeida, Demônios da Garoa, Isaura Garcia, Candeia, Elis Regina, Nelson Sargento, Clara Nunes, Wilson Moreira, Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim e Lamartine Babo. 
Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo
Os tipos de samba mais conhecidos e que fazem mais sucesso são os da Bahia, do Rio de Janeiro e de São Paulo. O samba baiano é influenciado pelo lundu e maxixe, com letras simples, balanço rápido e ritmo repetitivo. A lambada, por exemplo, é neste estilo, pois tem origem no maxixe.
Já o samba de roda, surgido na Bahia no século XIX, apresenta elementos culturais afro-brasileiros. Com palmas e cantos, os dançarinos dançam dentro de uma roda. O som fica por conta de um conjunto musical, que utiliza viola, atabaque, berimbau, chocalho e pandeiro.
No Rio de Janeiro, o samba está ligado à vida nos morros, sendo que as letras falam da vida urbana, dos trabalhadores e das dificuldades da vida de uma forma amena e muitas vezes com humor.
Entre os paulistas, o samba ganha uma conotação de mistura de raças. Com influência italiana, as letras são mais elaboradas e o sotaque dos bairros de trabalhadores ganha espaço no estilo do samba de São Paulo.
Principais tipos de samba: 
Samba-enredo
Surge no Rio de Janeiro durante a década de 1930. O tema está ligado ao assunto que a escola de samba escolhe para o ano do desfile. Geralmente segue temas sociais ou culturais. Ele que define toda a coreografia e cenografia utilizada no desfile da escola de samba.
Samba de partido alto
Com letras improvisadas, falam sobre a realidade dos morros e das regiões mais carentes. É o estilo dos grandes mestres do samba. Os compositores de partido alto mais conhecidos são:  Moreira da Silva, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho.
Pagode
Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, nos anos 70 (década de 1970), e ganhou as rádios e pistas de dança na década seguinte. Tem um ritmo repetitivo e utiliza instrumentos de percussão e sons eletrônicos. Espalhou-se rapidamente pelo Brasil, graças às letras simples e românticas. Os principais grupos são : Fundo de Quintal, Negritude Jr., Só Pra Contrariar, Raça Negra, Katinguelê, Patrulha do Samba, Pique Novo, Travessos, Art Popular.
Samba-canção
Surge na década de 1920, com ritmos lentos e letras sentimentais e românticas. Exemplo: Ai, Ioiô (1929), de Luís Peixoto.
Samba carnavalesco
Marchinhas e Sambas feitas para dançar e cantar nos bailes carnavalescos. exemplos : Abre alas, Apaga a vela, Aurora, Balancê, Cabeleira do Zezé, Bandeira Branca, Chiquita Bacana, Colombina, Cidade Maravilhosa entre outras.
Samba-exaltação
Com letras patrióticas e ressaltando as maravilhas do Brasil, com acompanhamento de orquestra. Exemplo: Aquarela do Brasil, de Ary Barroso gravada em 1939 por Francisco Alves.
Samba de breque
Este estilo tem momentos de paradas rápidas, onde o cantor pode incluir comentários, muitos deles em tom crítico ou humorístico. Um dos mestres deste estilo é Moreira da Silva .
Samba de gafieira 
Foi criado na década de 1940 e tem acompanhamento de orquestra. Rápido e muito forte na parte instrumental, é muito usado nas danças de salão.
Sambalanço
Surgiu nos anos 50 (década de 1950) em boates de São Paulo e Rio de Janeiro. Recebeu uma grande influência do jazz.. Um dos mais significativos representantes do sambalanço é Jorge Ben Jor,  que mistura também elementos de outros estilos.
Dia Nacional do Samba
- Comemora-se em 2 de dezembro o Dia Nacional do Samba.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Conheça os setores do Sambódromo do Anhembi


A partir do dia 8 de fevereiro, o Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte da capital paulista, vai receber as escolas de samba de São Paulo para iniciar o Carnaval 2013. A venda dos ingressos para ver os desfiles começou nesta quinta-feira (10). Segundo a Ingresso Fácil, empresa responsável pela venda, os preços do ingresso para assistir ao Grupo Especial vão variar de R$ 80 para arquibancada a R$ 2.400 na mesa de pista.
Quem não quiser esperar até fevereiro para entrar no clima da folia pode participar dos ensaios técnicos no próprio Anhembi. A participação nos ensaios, de acordo com a Liga das Escolas de Samba de São Paulo, é gratuita. Eles ocorrem até 3 de fevereiro.
As quadras das escolas de samba também recebem os foliões durante todo o mês de janeiro. Os encontros acontecem principalmente aos fins de semana e há opções em todas as regiões da capital paulista, com preços variados.
Neste ano, as escolas vão homenagear desde o vinho brasileiro, como no caso da Vai-Vai, até a cantora Beth Carvalho, como a Acadêmicos do Tatuapé. Os desfiles das escolas do Grupo Especial vão acontecer nos dias 8 e 9 de fevereiro. No dia 10 acontece o desfile do Grupo de Acesso, e no dia 15, o desfile das campeãs.
Como comprar ingressos
Par a venda dos ingressos, as bilheterias funcionarão de segunda a sábado, das 11h às 17h. Os bilhetes serão vendidos nominalmente. Por isso, é necessário apresentar RG e CPF na hora da compra para cadastro.
Idosos a partir de 65 anos de idade e estudantes pagam meia entrada e devem adquirir os ingressos apenas na bilheteria do Anhembi. No caso dos estudantes, os pais poderão efetuar a compra, mas devem comprovar o grau de parentesco mediante apresentação de documento de identidade, além dos documentos do filho.
Para ver o Grupo Especial, o preço do ingresso varia de R$ 80 a R$ 165 na arquibancada, de R$ 240 a R$ 500 na cadeira de pista, e de R$ 1.100 a R$ 2.400 na mesa de pista. Já os camarotes podem ser adquiridos pelo e-mail camarotescarnaval2013@ingressofacil.com.br.
Veja abaixo os setores do Sambódromo do Anhembi.
Anhembi (Foto: Editoria de Arte/G1)

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