sábado, 25 de julho de 2009

Historia do Axé

Axé é uma saudação religiosa usada no

candomblé e na umbanda,

que significa energia positiva.

Depois que Daniela Mercury chegou ao

Sudeste com o show que a

estouraria nacionalmente, O Canto da

Cidade, tudo o mais que

veio de Salvador começou a ser chamado de

axé music. Em pouco

tempo, os artistas deixaram de se importar

com a origem

debochada do termo e passaram a dele se

aproveitar. Por

exemplo, a Banda Beijo, do vocalista

Netinho, simplesmente

intitulou de Axé Music o seu disco de 1992.

Com o impulso da

mídia, essa trilha sonora da folia de Salvador

rapidamente se

espalhou pelo país (com os carnavais fora de

época, as micaretas)

e fortaleceu-se como indústria, produzindo

sucessos o ano inteiro

ao longo dos anos 90. Testadas no calor da

multidão na Praça

Castro Alves e na Ladeira do Pelô, as

músicas dos blocos e bandas

responderam por alguns dos grandes êxitos

comerciais da música

brasileira na década. O ano de1998 foi,

particularmente, o mais

feliz para os baianos: Daniela Mercury,

Banda Eva, Chiclete com

Banana, Araketu, Cheiro de Amor e É o Tchan

venderam juntos

nada menos que 3,4 milhões de discos.

Uma nova geração de estrelas aparecia para

o Brasil Chiclete com

Banana (que vinha de uma tradição de

bandas de baile, blocos

afro e trios elétricos) e Margareth Menezes,

a primeira a

engatilhar carreira internacional.

Enquanto o axé se fortalecia

comercialmente, alguns nomes

buscavam alternativas criativas para a

música baiana. O mais

significativo deles foi a Timbalada, grupo de

percussionistas e

vocalistas liderado por Carlinhos Brown (cuja

Meia Lua Inteira

tinha estourado na voz de Caetano), que

veio com a proposta de

resgatar o som dos timbaus, que há muito

tempo estavam

restritos à percussão dos terreiros de

Candomblé.

Enquanto isso, os nomes de sucesso da

música baiana se

multiplicavam: aos então conhecidos Banda

Eva, Bamdamel,

Araketu (que em 1994 vendeu 200 mil cópias

do disco Araketu

Bom Demais), Chiclete com Banana e Cheiro

de Amor, juntaram-

se o ex-Beijo Netinho e os grupos Jammil e

Uma Noites, Pimenta

N´Ativa e Bragadá.

Foi em 1995, porém, que deu as caras o

maior fenômeno comercial

de Salvador. Em seu terceiro disco, o grupo

Gera Samba estourou

o sucesso É o Tchan.

Dançarinas como Carla Perez (loura) e

Débora Brasil (morena).

Entre um "segura o tchan" e outro, a banda

teve que mudar de

nome, processado por um outro grupo, de

um irmão do integrante

Compadre Washington. Rebatizado de É o

Tchan, o antigo Gera

Samba inaugurou a face do axé music, de

ênfase nas coreografias

libidinosas em detrimento à musica (que

ainda assim trazia uma

sólida base de samba de roda) e as letras.

Com toda a face

showbiz a que tem direito (realizaram-se

concursos na TV para a

escolha da morena e depois da loura que

iriam substituir Débora e

Carla), e uma fileira de sucessos produzidos

em série (Dança do

Bumbum, Dança da Cordinha, Ralando o

Tchan, É o Tchan! no

Havaí, A Nova Loira do Tchan...), o grupo

bateu a barreira do

milhão de discos vendidos.

Com o Tchan, disputaram público na segunda

metade dos anos 90

nomes como Netinho (Milla, Fim de

Semana), Araketu (Mal

Acostumado) e Terrasamba (Liberar Geral,

Carrinho de Mão),

Banda Eva (Beleza Rara, Carro Velho), entre

outros. A

superexposição nos meios de comunicação e

as pressões da

indústria inevitavelmente levaram o axé ao

topo das paradas.